domingo, 22 de agosto de 2010

Montanha Russa

Uma vez um diretor de teatro me disse: ''participar de uma montagem teatral grande com tantas pessoas no elenco é uma montanha russa sentimental''.


Engraçado como isso ficou em mim, essa coisa de "montanha russa sentimental".



Quando estamos na fila de um brinquedo como esse, várias expectativas passam em nossa mente. A dúvida do sim ou do não 'ir'... O medo de despencar lá de cima... O prazer daquela sensação que só a adrenalina traz... A fama de destemido para convencer você mesmo que pode enfrentar qualquer coisa... Infinitas sensações boas e ruins.


Essa montanha de sentimentos tudo junto, é uma verdadeira montanha russa sentimental, cheia de altos e baixos, de sensações boas e ruins. Inexplicavelmente você goza e brocha ao mesmo tempo.


A vida é um parque de diversões mesmo! Tem uns playgrounds bem infantis, muitas atrações eletrizantes, brinquedos radicais! E a gente passa por cada um desses elementos. São fases temáticas, como os brinquedos e suas faixas etárias.


Admitir que sua escolha possa ter sido equivocada, é uma grande qualidade.
Dizer que você não sente absolutamente nada, é mentira.
Viver cada segundo com emoção não significa colocar em risco sua vida.
Mas deixar de viver algo por medo e precaução demasiada é tolice.


Em tudo há os "prós" e "contras". Não enxergar essas duas vertentes é ignorância demais.


Viver é um risco constante, você pode acertar ou errar. Você dar um passo errado e não poder consertar, mas poderá fazer do próximo passo uma chance para acertar. É precioso e peculiar ter a sensiblidade para essas possíveis variáveis de tentar e errar e poder tentar de novo e acertar.


Não quero carregar carmas nem paradigmas. Quero poder decidir como vou melhorar o meu próximo passo, mesmo que a montanha russa da vida me deixe de ponta-cabeça!


Independente de estar em alta velocidade, subindo, descendo, virando e desafiando a força da gravidade, eu aperto bem meus cintos de segurança, pois quero embarcar nessa vibe de viver a vida! Mesmo que ela seja uma montanha russa, eu a estarei vivendo com toda minha intensidade.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

A contaminável cegueira da sociedade



Todos somos cego pelo menos de um olho.
Quando temos grande feição por algo ou por alguém, bloqueamos nossa visão a tudo que contradiz o que nos é considerado especial. A desigualdade começa aí.

É inexplicavelmente fabuloso assistir uma história onde se quebram paradigmas de preconceitos. Ao ver “The Blind Side”, longa em português “Um sonho possível”, me senti cheia de esperança. Magnífica história de fé, confiança e superação.

O mais incrível é observar as sensações que um filme pode causar em nós. O ensinamento que você adquire ao conhecer uma história tão difícil é sem dúvida muitíssimo válido para toda vida.

Sandra Bullock está extraordinária de burguesa blond. Ela não grita, não faz grandes cenas dramáticas, não chora rios de lágrimas, não vira cambalhota nem faz nenhum malabarismo. Mas merecidamente ganhou o grande prêmio Oscar de Melhor Atriz.

Eu penso que o mais difícil de interpretar é aquilo que é simples, é a vida exatamente como ela é, com emoções e atitudes cotidianas. Fazer algo oposto ao que somos é desafiador, mas interpretar alguém que poderíamos ser torna-se uma das melhores chances de mostrar um bom trabalho autêntico.

Este filme me pegou de surpresa. Estava sentada na poltrona de um avião onde teria que ficar por mais 12 horas. Já tinha escutado ruídos desse novo filme de Bullock, mas faltava duas semanas para sua estréia no Brasil. Já no entusiasmo de poder assistir antes que fosse lançado aqui, não exitei em optá-lo primeiro.

O que mais me chocou de início foi o cabelo mega loiro de Sandra que costuma ser tão tradicional. E ela ficou maravilhosamente linda, fato. E toda história a cada cena emociona ainda mais. Só de imaginar que tudo era verídico, realmente aconteceu... Dá um embrulho no estômago. Que força e atitude teve essa mulher em ajudar o próximo.

Depois do estonteante “Ensaio sobre a Cegueira” de Saramago transformado em longa-metragem, me senti agredida novamente. Não são todos os filmes que te transforma de uma maneira tão profunda.

É engraçado como nossas histórias viram roteiros audiovisuais para todo mundo ver. É uma pena saber que quem a vive infelizmente não enxerga essas tantas falhas existentes. Mas que bom que filmes como esse são produzidos!

Me emocionei, chorei, senti. Se o autor dessa biografia cinematográfica queria transformar o mundo eu não sei. Mas afirmo com imensa satisfação que pelo menos um ser humano – a mim – ele atingiu.

Escrito em Março/2010, mas estou postando só agora.