domingo, 22 de janeiro de 2012

O Tom de todas as tribos: Jobim!

Me considero nostálgica por sempre gostar daquilo que não tive a oportunidade de viver. Sou apaixonada por toda música e cultura das décadas de 60, 70 e 80, tanto nacional como internacional. Mas, talvez, se eu tivesse nascido nessa época, eu não soubesse apreciar do modo como faço agora. De qualquer forma, acho incrível as criações e a criatividade dos artistas nessa época. Principalmente quando o assunto é música!

Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque
Meus principais ídolos: Chico Buarque, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. É quase que entrar em transe vê-los cantando ou compondo juntos. E hoje fui assistir o tão esperado filme-documentário de Tom Jobim "A Música segundo Tom Jobim": sem legendas, sem narrações, sem explicações de cenas, nada. Só música. O filme todo é música.

E que experiência incrível esse filme! É notável perceber que um filme de Tom, devia mesmo ser feito apenas de música. Músicas do mundo inteiro e de todas as tribos. Jobim é cantado e tocado no mundo todo! E o mais interessante é observar os olhos de quem está cantando ou tocando Tom Jobim... Dá para perceber o orgulho, a satisfação, a lealdade de estar musicando um verdadeiro rei.

O filme todo foi muito bem cuidado. Edição de imagens e sons são excelentes! Duração de 1 hora e 20 minutos... Juro que nem senti o tempo passar. Quando acabou, eu queria ficar ali, eu queria mais e mais!

Apesar da minha música preferida ser Wave, que aliás, no momento que tocou Wave eu entrei em êxtase, quase pulei da cadeira, rsrsrs!!! Outros dois momentos foram os que mais me marcaram. E antes de continuar, vale uma palinha nessa versão que gosto bastante, na voz de Marjorie Estiano:


Dois momentos, que na minha opinião, são as duas melhores e maiores cenas do filme-documentário: Tom e Frank Sinatra; e, Tom e Elis.

Sinatra dispensa apresentações. Com cigarro na mão, sentado no palco como se fosse o sofá da sua casa, ele canta com Jobim de uma forma tão íntima, com aquela voz absurdamente envolvente! É incrível! Fechei meus olhos por uns instantes e curti como se eu estivesse ao vivo no show... Que sensação! Com certeza um dos momentos mais fantásticos da música mundial (não é essa música que aparece no filme):


Segundo momento exuberante, e talvez o mais real e marcante: Elis Regina cantando "Águas de Março" com Tom num estúdio. Dessa vez fiquei com os olhos BEM abertos! Elis se divertia muito naquele momento, aliás, os dois! Foi um momento tão íntimo e verdadeiro... E o sorriso de Elis?? Simplesmente indescritível! Até hoje fico de boca aberta em como eles cantam essa música sem errar uma letrinha... E vale relembrar assistindo esse vídeo, que não é o que passa no filme, rs:


Tem que assistir para entender... Eu ainda fui acompanhada de um amigo músico (toca violão e teclado) e ele ficou babando ao ver os músicos deslizando seus dedos em melodias complexas enriquecendo a música de Tom! Para amantes de música, Jazz, MPB e Tom Jobim, este filme-documentário é a verdade sobre a importância da música para a alma.

O filme estreiou na última sexta-feira, dia 20 de janeiro de 2012.
Site: http://www.amusicasegundotomjobim.com.br
Fan page: https://www.facebook.com/AMusicaSegundoTomJobim

Segue o trailer, que quando assisti fiquei arrepiada. O filme completo me deixou por completa com a cabeça nas nuvens...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Metades

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio"

É exatamente assim! Sou metade silêncio, metade grito. Metade é partida, metade saudade. Metade de mim é o que eu penso, a outra é um vulcão! E peço licença a Oswaldo Montenegro para fazer minhas as suas palavras.

Decisões sempre permeiam nossas vidas entre a tênue linha do que é definido como certo ou errado. O que é moral? A alma imoral também sofre, também sente.

A louca teoria de uma adolescente me traz um pesar até hoje. O juramento de me arrepender de qualquer ato, mas nunca daquilo que não fiz, que me neguei a experimentar. Mas e se eu tentei?

A força desse medo que me sonda deixando minha vista embaçada, me impedindo de ver meus anseios. Desejo forte e constantemente que minha loucura seja perdoada. Que teu silêncio e ausência me fale cada vez mais.

Metade de mim é razão, a outra é emoção. Mas desejo que esse medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesma torne-se ao menos suportável.

Antes eu sofria por achar que você não existia. Agora eu sofro por saber que você existe. Isso me torna tão difícil de ser inteira que ando vivendo minhas metades... A metade que tem medo de sofrer, a outra metade sem medo de viver.

Te quero tanto que não entendo porque. Não entendo o motivo dessa história de amor a essa hora... Não sou de perder a cabeça, penso sempre com meus pés, meus dedos são mais firmes que meus neurônios.

Quando ouço 'take your time' me sinto tão segura. Mas quando você diz 'temo que não dure muito a nossa novela', eu fico completamente sem chão.

Quero sentir o alívio de não amar. De não ter que dizer 'ah se eu soubesse'. Mas Chico tem razão: só se eu nunca saísse de casa para não ter cruzado com você. E sinceramente, agora que eu saí por aí e sorri para ti, não sei como administrar esse sentimento.

Comecei o primeiro parágrafo decidida a encerrar esse romance. Mas sem coragem e ousada, a outra metade de mim quer lutar por você! Metade de mim quer sonhar, essa mesma metade que tem necessidade e vontade de você. Mas que divide o corpo com a outra metade que gostaria de transformar esse romance em lembranças surreais e inexistentes.

Como declarar nulo um sentimento assustadoramente grande, forte e verdadeiro?