A gente sempre tropeça entre os pensamentos e as palavras colocadas utópicamente em ordem - seja por registro manual ou virtual.
sábado, 14 de agosto de 2010
A contaminável cegueira da sociedade
Todos somos cego pelo menos de um olho.
Quando temos grande feição por algo ou por alguém, bloqueamos nossa visão a tudo que contradiz o que nos é considerado especial. A desigualdade começa aí.
É inexplicavelmente fabuloso assistir uma história onde se quebram paradigmas de preconceitos. Ao ver “The Blind Side”, longa em português “Um sonho possível”, me senti cheia de esperança. Magnífica história de fé, confiança e superação.
O mais incrível é observar as sensações que um filme pode causar em nós. O ensinamento que você adquire ao conhecer uma história tão difícil é sem dúvida muitíssimo válido para toda vida.
Sandra Bullock está extraordinária de burguesa blond. Ela não grita, não faz grandes cenas dramáticas, não chora rios de lágrimas, não vira cambalhota nem faz nenhum malabarismo. Mas merecidamente ganhou o grande prêmio Oscar de Melhor Atriz.
Eu penso que o mais difícil de interpretar é aquilo que é simples, é a vida exatamente como ela é, com emoções e atitudes cotidianas. Fazer algo oposto ao que somos é desafiador, mas interpretar alguém que poderíamos ser torna-se uma das melhores chances de mostrar um bom trabalho autêntico.
Este filme me pegou de surpresa. Estava sentada na poltrona de um avião onde teria que ficar por mais 12 horas. Já tinha escutado ruídos desse novo filme de Bullock, mas faltava duas semanas para sua estréia no Brasil. Já no entusiasmo de poder assistir antes que fosse lançado aqui, não exitei em optá-lo primeiro.
O que mais me chocou de início foi o cabelo mega loiro de Sandra que costuma ser tão tradicional. E ela ficou maravilhosamente linda, fato. E toda história a cada cena emociona ainda mais. Só de imaginar que tudo era verídico, realmente aconteceu... Dá um embrulho no estômago. Que força e atitude teve essa mulher em ajudar o próximo.
Depois do estonteante “Ensaio sobre a Cegueira” de Saramago transformado em longa-metragem, me senti agredida novamente. Não são todos os filmes que te transforma de uma maneira tão profunda.
É engraçado como nossas histórias viram roteiros audiovisuais para todo mundo ver. É uma pena saber que quem a vive infelizmente não enxerga essas tantas falhas existentes. Mas que bom que filmes como esse são produzidos!
Me emocionei, chorei, senti. Se o autor dessa biografia cinematográfica queria transformar o mundo eu não sei. Mas afirmo com imensa satisfação que pelo menos um ser humano – a mim – ele atingiu.
Escrito em Março/2010, mas estou postando só agora.
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Um comentário:
Acabei de assistir esse filme! =)
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