Ética globalizada e sociedade de consumo cultural

O ser humano é um ser pensador e perguntador, é cheio de muitas dúvidas que poucos sabem responder. Teorias e relações foram descobertas, o mundo evoluiu e o homem aprendeu a criar cada vez mais.

Toda a transição das épocas históricas, desde de o Teocentrismo para o Antropocentrismo, que originou o período Humanista, em que o homem progrediu rapidamente expandindo e explorando novas terras, até a época atual (Idade Contemporânea) em que o mercado e a economia dominam o mundo, houve um grande desenvolvimento onde há predominância da tecnologia e da técnica sobre a ciência.

Este processo é denominado como globalização, um fenômeno de grande importância para todos nós, pois influência em todas as sociedades existentes, e que abrange aspectos geopolíticos, econômicos e tantos outros relacionados à mudança constante que o mundo “sofre” atualmente. E não é novo, já existia no século XVI, quando os europeus se relacionavam com a Ásia e a África, trocavam mercadorias, vendiam seus produtos e até influenciavam na cultura e no comportamento das pessoas, pois introduziam junto à comercialização seus conceitos, hábitos, religiosidade e idéias.

Atualmente, as culturas dos países desenvolvidos influenciam por demais na cultura dos países subdesenvolvidos, e é justamente pelo motivo da exportação e importação, porque é daí que surge a economia de um país. Uma potência econômica forte faz com que os países de baixa renda assinem tratados, façam empréstimos, etc, para poder dominá-lo impondo suas idéias e conceitos, deformando assim os usos e costumes do país pressionado.

A ‘sociedade de consumo’ brasileira está consumindo muito mais a cultura internacional que a própria cultura. As músicas e os filmes são exemplos típicos.

Nos dias de hoje, as barreiras entre a cultura da elite e a cultura do povo tendem a crescer, em conseqüência do fenômeno da socialização produzida pelos meios de comunicação coletiva. O impacto do rádio, da televisão, do cinema e da imprensa, utilizando todos os recursos da tecnologia moderna, realmente desencadeia uma revolução no panorama cultural.

A solidariedade e o progresso não se unem. A cibernética e a tecnologia eletrônica substituíram os velhos aparelhos mecânicos, a língua portuguesa como tantas outras passou por várias alterações, expressões estrangeiras foram aderidas para uma boa comunicação das idéias e projetos, ou até mesmo na nomeação de um objeto, sendo o inglês a língua de mais influência mundial. A burguesia cresce cada vez mais, pois têm condições de se sustentar diante as crises. Simplificando: globalizamos, mas não nos solidarizamos.

A comunicação se processa através de redes de informação que por sua vez já traz dados anteriores. Portando, não é verdadeira a afirmação que o processo tem o seu início em determinado lugar e termina em outro lugar previamente determinado. A comunicação é um constante processo de retroalimentação que acontece em múltiplas etapas. É um modelo voltado mais para os estudos de audiência dos meios de comunicação de massa.

Os meios de comunicação de massa também entram na relação de influenciadores da globalização. A mídia atinge quase toda a população mundial, imergindo seus conceitos que foram criados especialmente para atingir os espectadores influenciando em sua maneira de pensar e em sua personalidade, podendo até mesmo mudar os conceitos e éticas de uma pessoa. Por isso, podemos dizer que a globalização ajuda a deturpar culturas e idéias. Mas também tem seu lado positivo, que traz conforto e facilidade com a tecnologia avançada.

CULTURA POPULAR - Infelizmente nos dias de hoje, a cultura é lembrada apenas em datas festivas, como por exemplo o Folclore no dia 22 de agosto; as pessoas se manifestam apenas no dia recordando alguns costumes e pronto, não se lembram e nem percebem que o folclore faz parte de nosso dia-a-dia... Apenas se reúnem para estudar seus complexos culturais trabalhados: lúdico, arte e artesanato, culinária, música, usos e costumes, festas cíclicas e religiosas.

Atualmente não se comenta mais sobre essas culturas, ou seja, o modo de vida de uma determinada região. Esses assuntos estão tão distantes que é difícil encontrar pessoas que saibam definir seus próprios conceitos de cultura e folclore. O mundo moderno e cibernético tem influenciado para a extinção de nossas culturas.

É obvio que atualizar-se e pesquisar é importante, é uma grande oportunidade de enriquecer ainda mais nossos conhecimentos. Mas também vale lembrar que cada um de nós é um criador da cultura, que fazemos parte das novas invenções e manifestações culturais, e que sem percebermos, faz o nosso jeito de ser e saber, dia após dia.

“A cultura é a essência de um povo,

os costumes – maneira de viver,

o folclore é conseqüência do viver e da essência,

a história do passado é o alicerce para os novos acontecimentos,

a arte nos permite criar constantemente...

Afinal, o tempo não pára de passar,

Assim como a mente não pára de pensar!”.

(Luciana Maryllac)